Magalu vê vendas fortes em lojas físicas e mira oportunidades em tecnologia

A Magazine Luiza começou 2024 com forte desempenho em lojas físicas, que deve apoiar o balanço do primeiro trimestre, enquanto outras iniciativas principalmente em tecnologia abrirão oportunidades de ganhos ainda não precificadas pelo mercado financeiro, disse hoje em teleconferência de resultados o CEO da varejista, Fred Trajano.

“Nas lojas físicas já estamos, em janeiro e fevereiro, apresentando um crescimento mais na linha do dígito duplo. E com um grande potencial pela frente, porque os juros praticamente não caíram ainda“, defendeu Trajano, durante teleconferência de resultados de 2023.

Após ficar um longo período em 13,75% ao ano, gerando um ambiente desafiador para o varejo e o crédito, a taxa básica de juros Selic começou a ser cortada gradualmente em agosto passado, e fechou 2023 em 11,75% a/a. Em reunião do Comitê de Política Monetária amanhã, espera-se nova redução de 0,5pp, para 10,75%.

Ele ainda comentou que a meta é ampliar investimentos em tecnologia em 2024, de olho em oportunidades que podem gerar receitas adicionais significativas.

Os planos passam por melhorar os resultados da fintech do grupo,´monetizar´ o grande número de visitas dos sites ligados à Magalu, com anúncios, e pela venda de serviço próprio de armazenamento em nuvem, iniciativas conhecidas como Magalu Ads e Magalu Cloud.

“Tem essas três grandes avenidas de melhoria de lucro operacional que não estão hoje contempladas nas projeções da maior parte dos analistas. São oportunidades de monetização significativas”, disse Trajano.

A receita da Magalu com anúncios (Magalu Ads) cresceu 70% ano a ano no terceiro trimestre, com aumento de 120% no total de anunciantes, aproveitando as 500 milhões de visitas mensais dos canais do grupo.

“Estamos com um bom ´momentum´ no primeiro trimestre, independente dessas iniciativas, que vão gerar mais resultados para o fim do ano, ano que vem”, disse Trajano na teleconferência.

AUMENTO DE CAPITAL

O presidente da varejista também disse que o recente aumento de capital aprovado pela companhia, de R$1,25 bilhão, apoiado pelos controladores e pelo BTG Pactual, “mostrou confiança na empresa, na estratégia e no modelo de negócios”.

Os controladores entraram com 100% de seu exercício de preferência, e os minoritários participaram com mais de 70% do volume disponível para eles, segundo Trajano. Os recursos vão permitir acelerar investimentos em tecnologia e otimização da estrutura de capital.

A Magalu registrou lucro líquido ajustado de R$102 milhões no quarto trimestre, acima de consensos e revertendo perdas de R$15 milhões há um ano. As vendas totais ficaram estáveis em R$17,9 bilhões, com crescimento de 4% nas vendas em lojas físicas.